Dentro do novo paradigma moderno, os ambientes urbanos deixaram de ser somente digitais para se tornarem centros de comunicação e interação entre diversos dispositivos, com o objetivo de melhorar a vida dos moradores, bem como a gestão governamental. É a era das cidades inteligentes.
Se quiser novas ideias para a sua empresa e oportunidades para gerar vantagem competitiva e imergir na transformação digital, fique atento às discussões sobre o tema.
Neste artigo, explicaremos o que são as cidades inteligentes e como a inteligência artificial e a internet das coisas desempenham um papel importante no desenvolvimento do conceito. Leia até o fim para aprender mais.
O que são cidades inteligentes?
Essa definição é tipicamente moderna e faz pleno sentido com a mudança na visão de digitalização das cidades ao longo das últimas décadas. Essa compreensão abarcava o uso simples de tecnologias e a inclusão das pessoas em processos decisórios, contribuindo, assim, para a modernização dos espaços urbanos.
No entanto, o adjetivo “inteligente” agrega a ideia de uma sociedade que gera uma infinidade de dados em tempo real, de diversas fontes. A era do Big Data favorece a ideia de uma cidade que utiliza intensamente as tecnologias modernas interconectadas para gerenciamento e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Se digital se refere ao uso em si, ser inteligente quer dizer utilizar a tecnologia da melhor forma possível, com diversas aplicações trabalhando ao mesmo tempo para impactar a cidade integralmente. Um espaço urbano inteligente possibilita a gestão dos seus recursos, dos serviços municipais, da segurança pública e da infraestrutura por meio de ferramentas de inteligência artificial (IA), ciência de dados e internet das coisas (IoT).
Com o gerenciamento adequado, as cidades passam a se tornar mais seguras, eficientes e modernas, com um fluxo organizado de informações interconectadas. Ou seja, são propostas soluções de gerenciamento de água, energia, design, iluminação pública e logística, mas também formas de melhorar a educação, a cultura, a política e a economia.
Dentro desse prisma, a internet das coisas se preocupa principalmente com a conectividade e a interação entre os dispositivos, que são inúmeros. Quanto mais elementos conectados e sensores espalhados, maior a capacidade de gerar inteligência.
No entanto, o que possibilita a gestão, a partir da leitura e do processamento em tempo real, com o objetivo de gerar insights, são as ferramentas de computação cognitiva. Com elas, softwares se tornam autônomos e capazes de tomar decisões relevantes diante das informações coletadas.
Quais são as aplicações de IoT e IA para cidades inteligentes?
Atualmente, além das discussões, diversas abordagens estão sendo propostas. Veremos a seguir algumas no Brasil e em outros países.
Songdo
Essa cidade na Coreia do Sul está sendo construída com base em planejamento para melhor controle dos recursos naturais e criação de condições de mobilidade mais benéficas. Por isso, dispõe de sensores para detectar condições de tráfego e reprogramar semáforos automaticamente, bem como um sistema de gerenciamento de resíduos que dispensa a necessidade de coleta de lixo.
Outra grande vantagem é o fato de que os postes contarão com sensores de presença para economia de energia quando as pessoas não estiverem passando perto deles. Assim, é possível reduzir custos e aumentar a eficiência dos equipamentos públicos.
Joinville
Em Joinville, uma companhia lançou uma iniciativa que permite transformar qualquer câmera de segurança analógica ou IP em equipamentos de vigilância que geram dados importantes para a segurança pública. Com o uso de ferramentas de inteligência artificial, mais especificamente visão computacional, o sistema pode identificar padrões de carros, placas, rostos e movimentos para melhorar a capacidade de monitoramento.
Boston
Em Boston, nos Estados Unidos, um aplicativo para smartphones, chamado Street Bump, usa os sensores dos aparelhos para coletar informações sobre as condições do asfalto das estradas e ruas. Os dados são enviados para a prefeitura a fim de que sejam corrigidos. Ou seja, essa ferramenta favorece o exercício da cidadania e estimula uma administração mais eficiente por parte dos órgãos públicos.
Recife
O gerenciamento de resíduos com sensores e ferramentas inteligentes foi proposto em Recife pela RasSystem, com um sistema chamado RasCol. Com soluções de logística e monitoramento, é possível melhorar a coleta de lixo e a limpeza de vias públicas, bem como a eficiência dos automóveis de transporte.
Isso tudo gera uma cadeia de benefícios que favorece as companhias de gestão, mas também o morador da cidade, reduzindo índices de proliferação de doenças e contribuindo para a melhoria do ambiente urbano como um todo.
Nova Iorque
Em Nova Iorque, também nos Estados Unidos, o departamento de trânsito já está aplicando tecnologias modernas para eliminar acidentes fatais. É possível também saber onde os acidentes ocorreram e evitar congestionamento. Cerca de 300 sensores coletam informações sobre o tráfego para gerenciamento dos semáforos, mas também para geração de insights estatísticos sobre o movimento de carros e pessoas nos centros urbanos.
Tóquio
Na capital japonesa, surgiram plataformas de gerenciamento de energia para controlar o uso em casas e edifícios comerciais. Existe um bairro ecológico, construído pela Panasonic, para estimular o uso de energia renovável e aparelhos mais eficientes, com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e auxiliar na conservação dos recursos naturais. As grandes empresas do país já estão engajadas em outras soluções para aumentar a eficiência dos equipamentos, buscando sempre o suporte à sustentabilidade.
Quais os principais desafios?
Um dos principais desafios das tecnologias de cidades inteligentes é a questão da privacidade. Os direitos humanos se tornam sensíveis diante da possibilidade de monitoramento constante, por isso, é necessária a conscientização dos agentes acerca desse aspecto importante. Os direitos com relação à privacidade precisam ser bem conhecidos por todos para que as aplicações não criem conflitos entre as empresas e as pessoas.
Outra objeção ao avanço das tecnologias citadas é a preocupação com a sustentabilidade. Afinal, as ferramentas e as soluções propostas devem estar sempre alinhadas com a necessidade de conservação do planeta. Mesmo que a maioria das ferramentas avancem nessa direção, as que não o fazem não são bem-vistas.
Também existem debates acerca da capacidade de infraestrutura de rede necessária para que a comunicação entre os dispositivos aconteça. Para viabilizar as interconexões, os problemas com relação à falta de sinal de internet em determinados locais precisam ser devidamente sanados, mas isso requer mais investimento.
Como vimos neste artigo, diversas aplicações de inteligência artificial e internet das coisas estão sendo propostas para a criação de espaços urbanos inteligentes, capazes de processar dados em tempo real e de conectar dispositivos por meio da internet para otimizar a gestão pública e melhorar as condições de vida dos moradores.
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